Startup espanhola começou a operar na capital paulista nesta semana. Segundo executivo de operações no Brasil, estreia do serviço superou expectativas
Em seu segundo dia de operação no Brasil, o aplicativo de transporte individual Cabify tem superado as expectativas da startup de origem espanhola, segundo Daniel M. Velazco-Bedoya, Head de Operações e Logística no Brasil da Cabify.
Apesar de não divulgar o número de motoristas que já operam no aplicativo, Bedoya informa que a base de pessoas interessadas em aderir ao serviço, aumentou quase 50% desde o lançamento em São Paulo, com cerca de 15 mil pessoas interessadas.
A parte de feedback dos usuários também foi positiva, avalia o executivo. “Tivemos milhares de downloads. Um volume que não esperávamos”, afirma Bedoya sem confirmar o balanço de quantas vezes o aplicativo foi baixado. O serviço se encontra disponível para aparelhos Android e iOS.
O Cabify oferece serviço semelhante ao Uber. Por meio de um aplicativo, usuários solicitam um carro e a corrida é paga automaticamente na ferramenta via cartão de crédito. No entanto, o Cabify reserva algumas diferenças que podem ser atraentes ao consumidor final uma vez que a forma como cobra pelas viagens se difere da sua concorrente.
Com o Cabify, usuários pagarão somente por quilômetro rodado, excluindo da conta o tempo de permanência no veículo. Isso significa que ao pegar congestionamentos, o usuário do aplicativo não pagará pelos minutos que permanecer parado. Diferente do Uber, o novo serviço não conta com a tarifa dinâmica - quando os preços das corridas ficam mais caros por região onde há maior demanda.
Porém, no Cabify o valor varia de acordo com a corrida. O serviço cobra uma taxa base de R$ 0,50 do cliente e R$ 2,50 a cada quilômetro para percursos de até 10 km. Já em corridas de 10 km a 25 km, o valor do quilômetro cai para R$ 2 e em rotas acima de 25 km, o valor sobe para R$ 3.
No UberX, opção mais popular da startup, o valor é feito a partir de um cálculo: há a cobrança de uma tarifa base de R$ 3, com cobrança de 35 centavos por minuto e preço por quilômetro de R$ 1,43.
Da mesma forma que a startup americana, os motoristas que aderirem ao serviço são encarados como parceiros e não funcionários. De cada viagem realizada, 25% do valor dela é direcionado ao Cabify e o restante fica para o motorista.
No Brasil, somente a modalidade Cabify Light, semelhante ao UberX, começou a operar. Em outras países, a startup também conta com outras opções de carros: Cabify Executivo (mais luxuoso e caro, para rivalizar com o Uber Black) e o Corporate, que, como o nome indica, é voltado para o uso por empresas.
A startup também tem estudado o modelo do táxi preto, categoria de luxo para táxis lançada pela Prefeitura de SP, para abrir a plataforma para tais colaboradores. Na Espanha, onde o serviço foi lançado em 2011, o Cabify, inclusive, opera com taxistas.
“Não nos posicionamos como uma empresa que está favor de um lado. Na Espanha, usamos táxis e tentamos evitar o maior número de conflitos”, ressalta Bedoya.
Dessa forma, motoristas do Uber também podem se cadastrar para operar no Cabify. “Os motoristas podem usar a plataforma que mais que preferirem”, sugere Bedoya.
Segurança
Motoristas interessados em entrarem para a Cabify passam por um sistema de avaliação rigoroso para entrarem na plataforma, disse Bedoya, que inclui desde a avaliação do carro e antecedentes criminais do motorista a aplicações de testes psicométricos.
“Estamos com regras bem restritas, aceitamos somente motoristas com antecedentes negativos. A pessoa interessada precisa passar por um processo de captação, exames médicos, toxicológicos, testes psicométricos e depois volta novamente a sede para entrevista pessoal. Em todos os momentos pensamos na segurança e qualidade do serviço”, defende o executivo.
Brasil
O Brasil é o sétimo mercado que a Cabify opera. Além da Espanha, a empresa se encontra no Chile, México, Peru, Colômbia e, recentemente, foi lançada em Portugal.
Bedoya ressalta que a expectativa para o mercado brasileiro é grande. Apesar do foco inicial da startup ser São Paulo, capital, a empresa tem em mente outras capitais brasileiras para expandir o serviço.
“Avaliamos a cidade a partir da dinâmica legal, além de questões como mobilidade urbana e como o governo vem discutindo isso internamente. Algumas capitais já começaram a se movimentar para isso, então a partir dessas discussões a gente se posiciona. Hoje ainda é difícil posicionar qual será a próxima cidade para lançamento. Nosso principal foco agora é em São Paulo”, afirma.
Recentemente, a startup espanhola recebeu aporte no valor de US$ 120 milhões do fundo Rakuten. Com o valor, a empresa pretende ampliar a atuação do mercado em outros países e cidades da América Latina.